Os trabalhadores da Câmara Municipal de Cambrils já disseram o suficiente. A Diretoria de Pessoal e o Comitê de Negócios do conselho anunciaram que na próxima semana começarão “ações e mobilizações de demanda” para expressar sua rejeição à “falta endêmica de previsão política e à falta de políticas decentes e eficazes de Pessoal”. Uma medida que foi tomada na Assembleia Geral que se realizou na passada quinta-feira e na qual foi analisada a situação atual em que se encontra o concelho em matéria de Recursos Humanos.
“A atual equipa governamental, depois de mais de um ano e meio à frente da Câmara Municipal, não tem conseguido regularizar uma situação que se vem arrastando dos governos anteriores e que afeta a política global de Recursos Humanos da Câmara” , explicam no comunicado.
Segundo a representação sindical, desde o primeiro dia têm tentado regularizar a situação apesar de saberem que há questões que não podem ser resolvidas a curto prazo, como a Relação dos Locais de Trabalho (RLT), que ainda não entendem como está sendo aplicado, pois em alguns casos é aplicado, mas em outros não, e também não está legalmente aprovado. “Há outras questões mais urgentes e imediatas que já deverão estar mais do que ultrapassadas e concluídas (por exemplo, uma questão tão básica como o pagamento do aumento salarial de 0,5% pendente em 2023, mais os 2% previstos pelo Estado para 2024, que ficam sem aplicação)”, dizem.
Estresse “insuportável” e sobrecarga de tarefas
Conforme explicam o Conselho de Gente e o Comitê de Empresa, a mensagem que lhes é enviada pela equipe de governo é que há “vontade de mudança e disposição”, mas com boas palavras não avançam e exigem “fatos tangíveis” , pois chegou-se a um ponto em que a situação é insustentável. “Devido a esta inacção, que atribuímos exclusivamente tanto à equipa governamental actual como aos governos anteriores, a Câmara Municipal de Cambrils não tem há mais de um mês um Chefe de Recursos Humanos e os trabalhadores deste departamento estão numa situação de insuportável tensão, com sobrecarga de tarefas e falta de ferramentas informáticas básicas para poder realizar a simples gestão ordinária do RH”, afirmam.
Uma situação “endémica” que afecta todos os departamentos da Câmara Municipal, “sem excepção”, e por isso consideram que “a qualidade do serviço que os cidadãos de Cambrils merecem está seriamente comprometida”.
A representação sindical também fala sobre a falta generalizada de pessoal e descreve a situação atual, com pessoas a terem de assumir funções adicionais para cobrir licenças de longa duração ou reformas que não estão a ser cobertas, outras a desempenhar funções de nível superior, mas não recebem qualquer remuneração, pessoas que sem ter a categoria de técnico têm que assinar boletins técnicos ou quadros de empregos que expiram e outros que nem sequer são convocados.
“Os funcionários da Câmara Municipal de Cambrils disseram BASTA!! Somos a face visível deste serviço público essencial para os cidadãos, e nem este governo nem os anteriores valorizaram ou valorizam o pessoal que trabalha na Casa de la Vila e , por isso, muitas pessoas têm ido para outros concelhos onde são mais valorizadas profissionalmente e também economicamente”, concluem.
O Ponto
Protesto de organizações esportivas
A declaração dos funcionários da Câmara Municipal de Cambrils surge apenas dois dias depois do anúncio da manifestação de protesto de quinze organizações desportivas locais, que exigem instalações desportivas decentes. Será na próxima sexta-feira, dia 15 de novembro, pelas 18h30, que esta ação decorrerá na própria praça da Câmara Municipal.
“O estado de degradação em que se encontram actualmente as instalações desportivas, Pavilhão 1 e 2, Piscina, Campos de Futebol 1-2-3, Pista de Atletismo, etc. água, máquinas danificadas de longa data e vazamentos que obrigam à suspensão das competições, motivo do investimento mínimo que todos os partidos que passaram pelo governo têm dedicado ao esporte Cambrillen”, reclamaram.