A empresa italiana com sede em Milão, Esseco, anunciou esta sexta-feira à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV) que apresenta uma contraproposta para adquirir a Ercros pelo valor de 351,1 milhões de euros. A operação implica uma oferta de 3,84 euros por ação, uma proposta superior à da portuguesa Bondalti, que no início de março apresentou uma oferta de 3,60 euros por ação. A OPA da Bondalti encontra-se atualmente aceite pela CNMV e aguarda autorização da entidade reguladora. A Esseco condiciona ainda a operação ao controlo de pelo menos 75% do capital social e à aprovação das autoridades reguladoras e da concorrência e avançou que pretende retirar da bolsa as ações da Ercros.
Ercros prevê perdas até 2 milhões de euros no primeiro semestre
A decisão da empresa italiana surge depois de a Ercros ter anunciado esta semana que espera um resultado entre 0 e -2 milhões de euros para o primeiro semestre deste ano devido ao impacto de dois dos seus fornecedores, que afetou “negativamente as produções e vendas”. deste período. Nos primeiros seis meses do ano passado, a empresa obteve um lucro de 16,5 milhões de euros, menos 64,3% que em 2022. É o que explicou a empresa num comunicado à Comissão Nacional do Mercat de Valores, no qual calcula que o O Ebitda também vai sofrer uma descida até ficar num intervalo entre os 20 e os 25 milhões de euros, o que compara com os 45,2 milhões de euros do primeiro semestre de 2023. A Ercros fez este anúncio em pleno processo de concurso da Bondalti.
Por outro lado, nos primeiros seis meses deste ano, a Ercros situa as vendas num intervalo entre os 345 e os 355 milhões de euros e uma contribuição entre os 120 e os 125 milhões, face aos 419,5 milhões de euros e à contribuição de 144,9 milhões de euros da primeiro semestre de 2023.
Segundo Ercros, a estimativa foi feita com base nos resultados fechados em maio e na visibilidade do mercado em junho.
No que diz respeito às previsões para o resto do ano, explica que o consenso das publicações especializadas aponta para um atraso na recuperação e atrasa-a ao longo do próximo ano. Em qualquer caso, acrescenta, “a Ercros continuará a executar o Plano 3D, manterá a sua presença em todos os mercados onde opera e aproveitará as oportunidades que lhe forem apresentadas para optimizar os seus resultados”.
Estas previsões surgem no contexto da aquisição da empresa portuguesa Bondalti sobre a Ercros, operação que o Conselho de Ministros autorizou em meados de junho, depois de a Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários também a ter aceite para processamento em 20 de março. O governo espanhol não impôs condições para que a Bondalti fosse um grupo estrangeiro.