O Banco Central do Brasil divulgou em 25 de fevereiro os dados relativos às taxas de operação de crédito de janeiro de 2021. O destaque no mês foi a alta das taxas do crédito pessoal não-consignado.
Na comparação mensal, as oito modalidades apresentaram alta. O cheque especial passou de 115,59% para 119,59% ao ano. Com isto, em um empréstimo de R$ 10 mil, os juros subiram R$ 16,35. Já a alta da taxa do crédito pessoal não-consignado representou um aumento de R$ 52,89 para um crédito de mesmo valor.
Na tabela abaixo, mostramos a comparação anual das taxas. Seis das oito modalidades apresentaram queda, sendo a mais significativa a do crédito pessoal não-consignado.
No gráfico abaixo, é possível observar a diferença significativa que há entre os spreads das modalidades. Os das modalidades que apresentam garantias ao credor são muito mais baixos.
Cheque especial
Com as novas regras do Banco Central para esta modalidade, houve queda expressiva da taxa nos últimos meses.
Rotativo do cartão de crédito
A taxa do rotativo de cartão de crédito continua sendo a mais alta do mercado e, com a queda da taxa do cheque especial, ela chega a ser mais do que o dobro desta última.
Crédito pessoal não-consignado
As taxas do crédito pessoal não-consignado são muito mais baixas do que aquelas cobradas no parcelamento e no rotativo de cartão. Com isto, este tipo de empréstimo passa a ser interessante para aqueles que estão bastante endividados e não conseguem obter dinheiro em modalidades mais baratas, mas menos acessíveis como o crédito consignado. Vale lembrar que, como as taxas de juros variam bastante de um banco para outro, é importante pesquisar as taxas oferecidas para que se possa encontrar a menor possível.
Parcelamento do cartão de crédito
No caso do parcelamento de cartão, apesar da queda expressiva, a taxa ainda é absurdamente alta e, na maioria das vezes, vale mais a pena pegar dinheiro no crédito pessoal e quitar integralmente a fatura, ao invés de parcelar a mesma.
Financiamento de veículos
Esta é uma modalidade de crédito diferente das anteriores, pois envolve uma garantia, que é o próprio veículo financiado. E, pelo fato de haver uma garantia envolvida, as taxas de juros neste tipo de empréstimo tendem a ser bem mais baixas do que as das modalidades anteriores.
Crédito pessoal consignado
De certa forma, esta também é uma modalidade de crédito com garantia, pois o desconto da parcela é feito diretamente da folha de pagamento, não chegando nem a entrar na conta bancária do devedor. Os dados do Banco Central são abertos em 3 tipos de crédito consignado, a saber:
– Crédito pessoal consignado para trabalhadores do setor privado
– Crédito pessoal consignado para trabalhadores do setor público
– Crédito pessoal consignado para aposentados e pensionistas do INSS
Como podemos ver nos próximos três gráficos, as taxas do crédito voltado a servidores públicos e pensionistas e aposentados do INSS são mais baixas do que as do crédito voltado aos trabalhadores do setor privado. Novamente, a explicação está relacionada ao risco apresentado por cada tipo de cliente. O trabalhador da iniciativa privada tem a possibilidade de ser demitido, ao contrário do servidor público, de forma que há uma probabilidade maior de se tornar inadimplente, uma vez que ao ser demitido, o desconto em folha não mais ocorrerá. Apesar da empresa poder descontar 35% do valor da rescisão para quitar ou amortizar a dívida e de estar prevista a negociação de uma nova taxa de juros, o risco de inadimplência é maior e isto é refletido em uma taxa de juros mais alta.
Dicas
Com as taxas de juros do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito ainda em patamares absurdamente elevados, é absolutamente inviável contrair dívidas nestas modalidades. Para quem está devendo dinheiro nestes tipos de empréstimos, é preciso sair o quanto antes deles, seja vendendo um bem, seja tomando dinheiro emprestado a uma taxa de juros mais baixa. Para quem tem acesso ao crédito consignado, esta é uma das modalidades de crédito com taxas de juros razoavelmente baixas. Outra possibilidade, para quem tem um carro (já quitado) e não pode desistir de possuir um, é vendê-lo para poder pagar ao menos parte das dívidas e financiar a compra de outro. Obviamente, a ideia aqui é, na medida do possível, pegar um carro mais barato do que o anterior, afinal, estamos falando de uma pessoa que já está com o orçamento apertado.
Para aqueles que ainda não conseguem fazer um bom planejamento financeiro, vale a pena ler o seguinte texto:
– Dicas para não entrar no cheque especial usando o Minhas Economias
Ainda que você feche as suas contas no vermelho ao final do mês, ao menos você terá uma boa ideia do quanto precisa para pagar as suas contas e poder pegar dinheiro emprestado a uma taxa de juros menor. E, para sair das dívidas, seguem algumas dicas no link abaixo:
– Como sair das dívidas