O Indicador Antecedente Composto da Economia Brasileira (Iace), publicado hoje (16) pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em parceria com a The Conference Board (TCB), recuou 0,6% em fevereiro, atingindo 123 pontos. O indicador agrega oito componentes que medem a atividade econômica no Brasil. Segundo a FGV, entre eles, cinco contribuíram de forma negativa para o resultado agregado, sendo a maior contribuição negativa a do Indicador de Expectativas da Indústria.
Os demais componentes do Iace são Índice de Expectativas de Serviços (da FGV), Índice de Produção Física de Bens de Consumo Duráveis (do IBGE), taxa referencial de swaps DI pré-fixada – 360 dias (do Banco Central), Ibovespa – Fechamento do mês (da B3) e os índices de Termos de troca e de Quantum de exportações, ambos da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).
Conforme a FGV, cada um dos oito componentes vem se mostrando individualmente eficiente em antecipar tendências econômicas. “A agregação dos indicadores individuais em um índice composto filtra os chamados ‘ruídos’, colaborando para que a tendência econômica efetiva seja revelada”, destacou.
ICCE
Já o Indicador Coincidente Composto da Economia Brasileira (ICCE), calculado conforme as condições econômicas atuais, subiu 0,2%, alcançando 98,9 pontos, no mesmo período.
Para o pesquisador Paulo Picchetti, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV-Ibre), a elevação do ICCE em fevereiro é, por um lado, muito modesta, mas por outro, ainda concentrada, principalmente na atividade industrial, enquanto os demais setores já sofrem os efeitos do recrudescimento da pandemia.
“As expectativas do próprio setor industrial, no entanto, já apontam para resultados inferiores nos próximos meses, face aos desafios impostos por novas restrições à mobilidade e limites nas políticas de estímulos econômicos. Não há sinais de retomada robusta do nível geral de atividades no horizonte visível”, disse o pesquisador.