O líder do CCOO, Javier Pacheco, critica desde Amposta o “frouxo compromisso” em matéria trabalhista dos acordos para a investidura de Illa

O secretário-geral do CCOO na Catalunha, Javier Pacheco, criticou o “frouxo comprometimento” em questões trabalhistas no acordo político que serviu para investir o socialista Savador Illa como presidente. Pacheco prometeu transmitir esse desconforto ao presidente numa reunião que, como anunciou, realizarão esta quinta-feira. Pelo contrário, o dirigente sindical considera “lógica” a decisão de abandonar a ideia de aprovar orçamentos para 2024 por falta de tempo. Acredita, neste sentido, que o Governo deve aproveitar para elaborar novas contas para o próximo ano que já incluam as alterações derivadas da proposta de novos financiamentos para a Catalunha.

Pacheco sente falta do “mundo do trabalho” no conteúdo dos acordos entre PSC, ERC e Commons quando se trata de facilitar a investidura de Illa. “Estamos satisfeitos com os acordos governamentais”, destacou. “Mas estamos muito conscientes de que o quadro de trabalho não está suficientemente presente nos compromissos das três partes na implementação das suas políticas”, acrescentou.

Uma questão central, lembrou, que afecta a “dignidade” dos catalães, bem como as suas condições de emancipação. Por isso, já anunciou que vai transmitir esta quinta-feira ao presidente a necessidade de assumir um “compromisso claro de reforçar o quadro de diálogo social entre empregadores, sindicatos e Governo para corrigir as lacunas destas políticas”. Especificamente, priorizou a necessidade de continuar promovendo a mudança do modelo produtivo no âmbito do Pacto Nacional pela Indústria.

Também a Lei de Concentração Territorial para as políticas activas de emprego da Catalunha. Em terceiro lugar, o reforço da formação profissional e a necessidade de lhe dotar de instrumentos que aumentem a oferta online para que também possam aceder-lhe os estudantes que não tenham um “compromisso claro de natureza pública”. Considera que é necessário travar a “tendência privatizante” da formação profissional e garantir o equilíbrio territorial com investimentos nesta área.

Ao mesmo tempo, porão fim à “precariedade” da contratação pública dos sectores ligados aos serviços da Generalitat e das administrações locais na mesa da ilha, bem como encerrarão o novo pacto pendente da função pública.

Já Pacheco acha “lógica” a ideia do Governo de não processar orçamentos para este 2024 e começar a trabalhar nas contas de 2025. Entende que não há tempo suficiente para aprovar e executar as contas durante o último trimestre e assume mesmo que a prorrogação também permitirá alguma trégua nos valores da dívida e do défice.

“Acho mais adequado comprometer-nos a ter os orçamentos fechados em dezembro e efetivos em janeiro de 2025 para realizar um processo de execução que nos permita dedicar-nos a especificar e fechar os novos critérios do modelo de financiamento que deve estar de acordo com o Estado”, afirmou. Lembra que na altura do desenvolvimento das contas será necessário “alterar algumas regras de financiamento”, principalmente para evitar a falta de circulação de recursos públicos em alguns períodos do ano “porque as transferências não chegam no momento certo e sofrem muitas empresas que gerem algumas áreas de contratação pública”.

A “falta de solidariedade” de Madrid

Precisamente na questão do modelo de financiamento, Pacheco tem defendido a necessidade de que no quadro do novo modelo anunciado “o critério da solidariedade não elimine os esforços de contribuição de cada uma das comunidades autónomas e das pessoas que vivem”.

“Não podemos aceitar modelos totalmente pouco solidários, que criam uma lacuna de receitas, como Madrid, com alguns impostos transferidos como o imposto predial, sucessório e o imposto sobre o rendimento das pessoas singulares, e apelam à solidariedade de quem paga mais do que recebe”, sublinhou. . Apesar disso, o líder do CCOO na Catalunha aposta que este modelo de financiamento catalão não é “exclusivo” e pode “encaixar-se nos critérios de federalização” do Estado.

Mobilizações pela redução da jornada de trabalho

Por fim, Pacheco alertou que os sindicatos já trabalham com a ideia, a partir deste mês de setembro, de começar a planear mobilizações com a UGT contra o atraso na aprovação da jornada de trabalho semanal de 37,5 horas. Lamentou que o processo negocial tenha encontrado “resistências empresariais” que tenham gerado “dúvidas” e “diferenças” entre os parceiros do Governo – PSOE e Sumar – bem como com os grupos parlamentares que os apoiam para avançar, como prometeu o executivo espanhol.

“É um avanço em relação ao modelo de gestão das relações laborais, deixando algumas práticas muito consolidadas com escândalos de custos como única forma de as empresas desenvolverem a sua organização do trabalho. Não tendo em conta o que acontece com um processo de transformação com digitalização e uma economia circular para combater as alterações climáticas”, acrescentou Pacheco.

Afirmou estar integrado “na vanguarda destas realidades”, dando às novas gerações “incentivos conforme os usos dos tempos”. Caso contrário, antecipou, «teremos um problema muito em breve se não sairmos da cultura histórica das relações laborais ligadas ao atendimento».

Projeto ambiental em conjunto com Eurocat

Pacheco esteve em Amposta para participar na conferência de imprensa do CCOO em Terres de l’Ebre por um motivo bem diferente da política actual. Durante o anterior processo parlamentar das Comissões de Trabalhadores, em 2021, foram emitidas 30 toneladas de CO2 na atmosfera. Para compensar este impacto ambiental, o sindicato aderiu a um projeto coordenado pela Eurecat na fazenda experimental Riet Vell. O sindicato vai investir neste projeto 35 euros por cada tonelada gerada. A iniciativa está a desenvolver tecnologias inovadoras para tornar o cultivo de arroz biológico mais viável e para que o cultivo tradicional tenha um menor impacto em termos de emissões de gases com efeito de estufa.

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